quarta-feira, 27 de março de 2013

Depois da cambalhota

A cambalhota tem um antes, um durante e um depois. Instabilidade, primeiro. No meio do processo, surpresa. De pé outra vez, novo modo de caminhar. O corpo realiza uma revolução: os pés por cima da cabeça para retomar o chão em renovado ímpeto.

"Cambalhota", escultura
em bronze de P. Koshland.
A palavra remete ao latim cambiare, "trocar", "alternar", "transformar". 
A cabeça troca de lugar com os pés, operando uma mudança de visão. Há registros do termo cambalhota em textos desde o século XVIII, mas cambalhotas sempre aconteceram e mudaram rumos pessoais e coletivos.

domingo, 10 de março de 2013

O papa e a fumaça

É muito provável que, nesta semana, conheçamos o novo sumo pontífice da Igreja católica. Os cardeais, reunidos, nos dirão quem será o sucessor de Bento XVI.

Os papéis da votação serão queimados e pela chaminé de quase dois metros instalada na Capela Sistina sairá, ou uma fumaça branca, quando o papa for escolhido, ou uma fumaça negra, em caso contrário.
Fumaça é vapor que exala de um corpo em chamas. Este sufixo -aça indica aumentativo. Trata-se, portanto, de um vapor que chama a atenção.

Remete ao latim fumus. Que, retrocedendo ao sânscrito, desvela um significado ligado à vida: dhumah traz a noção de vapor, mas também de respiração. (Quando faz muito frio, soltamos fumaça pela boca, não é?)

Em latim, fumarium era "chaminé". E onde há fumaça branca... há papa.