A Apple e sua marca estão em evidência. Um amigo perguntou-me sobre a origem da palavra inglesa e de "maçã".
A evolução da logomarca é conhecida. No início, a cena de Newton e sua maçã. Daí rapidamente passou-se para a maçã mordida, aludindo à curiosidade de Adão e Eva. O fruto do conhecimento e a tentação assumida.
A palavra apple, æppel no inglês medieval, significava originariamente qualquer tipo de fruto, e teria nascido de uma palavra proto-germânica (na pré-história das línguas germânicas e do inglês). O fruto proibido (ou appel of paradis) poderia ser a maçã, o figo, a banana ou outro.
E "maçã" remete ao latim mala matiana ("frutos de Matius"). Teria havido na antiga Roma (século I a.C.) um homem chamado Gaius Matius, estudioso da biologia, da agricultura e da gastronomia, a quem se atribui a produção de maçãs melhores a partir da técnica do enxerto.
domingo, 28 de agosto de 2011
Furacão da paz?
Notícias sobre o furação Irene chegam de hora em hora. Ele (ou ela) avança, provocando medo e causando estragos. Já passou por Porto Rico e pela República Dominicana, já chegou aos Estados Unidos, avança sobre Nova Iorque.
Chama a atenção, para a etimologia, o fato de "Irene" ser um nome cheio de paz. Vem do grego eirene, termo usado pelos tradutores bíblicos para a saudação hebraica shalom, "segurança", "bem-estar", "prosperidade", "tranquilidade".
O furacão Irene não tem desejos de paz, contrariando seu nome. Ou o batizado foi uma forma de pedir que os ventos não sejam tão destruidores? Uma forma de lhe desejar, e a todos, uma boa noite...?
Chama a atenção, para a etimologia, o fato de "Irene" ser um nome cheio de paz. Vem do grego eirene, termo usado pelos tradutores bíblicos para a saudação hebraica shalom, "segurança", "bem-estar", "prosperidade", "tranquilidade".
O furacão Irene não tem desejos de paz, contrariando seu nome. Ou o batizado foi uma forma de pedir que os ventos não sejam tão destruidores? Uma forma de lhe desejar, e a todos, uma boa noite...?
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terça-feira, 23 de agosto de 2011
Neymar virou meia...
O atacante "Neymar virou meia". Esta brincadeira foi provocada pela propaganda abaixo.
Se tivesse mudado de posição, Neymar seria agora meia-direita ou meia-esquerda? Ou as duas? A expressão "meia" permite a ambiguidade por ser redução tanto de meia-esquerda/direta, como de meia calça (não confundindo esta com a meia-calça, usada apenas pelas mulheres).
"Meia" remete ao adjetivo latino medius, indicando o que está no meio. Assim, no vestuário, temos a meia como peça que calça os pés e vai até o meio da perna, e, no futebol, os meias que jogam no meio-campo.
Se tivesse mudado de posição, Neymar seria agora meia-direita ou meia-esquerda? Ou as duas? A expressão "meia" permite a ambiguidade por ser redução tanto de meia-esquerda/direta, como de meia calça (não confundindo esta com a meia-calça, usada apenas pelas mulheres).
"Meia" remete ao adjetivo latino medius, indicando o que está no meio. Assim, no vestuário, temos a meia como peça que calça os pés e vai até o meio da perna, e, no futebol, os meias que jogam no meio-campo.
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quarta-feira, 17 de agosto de 2011
O voucher dessa operação
Um amigo perguntou-me qual a origem da palavra voucher, bastante mencionada ultimamente, em razão da Operação Voucher, com que a Polícia Federal tem feito investigações no Ministério do Turismo.
O significado desse estrangeirismo aparece em nossos dicionários: "documento emitido por agência de viagem, etc., e enviado aos seus clientes, que comprova o pagamento antecipado de despesas, como reserva em hotéis, refeição, locação de automóvel, etc." (Aurélio), e "vale ou cheque que assegura um crédito para futuras despesas com mercadorias ou serviços" (Houaiss).
A etimologia vai mais longe. Chegaremos ao latim vocare ("chamar"), que precedeu o galo-românico *voticare ("chamar com insistência"), por volta do século VIII. No antigo francês (mais ou menos no século XIV), surgiu vocher ("chamar", "invocar"), que redundou no anglo-francês voucher. No final do século XVII, há registros da palavra usada como recibo que documentava transação comercial.
Somente agora, na década de 1940, a palavra passou a ser usada para designar documento cambiável por bens ou serviços. Forçando a relação etimológica, digamos que o voucher é um "chamador", chama para si o valor com o qual se pagará algo.
Forçando ainda mais, a Operação Voucher da PF é um "documento" com o qual os possíveis criminosos já têm a sua viagem para a cadeia garantida, com algemas seguras...
O significado desse estrangeirismo aparece em nossos dicionários: "documento emitido por agência de viagem, etc., e enviado aos seus clientes, que comprova o pagamento antecipado de despesas, como reserva em hotéis, refeição, locação de automóvel, etc." (Aurélio), e "vale ou cheque que assegura um crédito para futuras despesas com mercadorias ou serviços" (Houaiss).
A etimologia vai mais longe. Chegaremos ao latim vocare ("chamar"), que precedeu o galo-românico *voticare ("chamar com insistência"), por volta do século VIII. No antigo francês (mais ou menos no século XIV), surgiu vocher ("chamar", "invocar"), que redundou no anglo-francês voucher. No final do século XVII, há registros da palavra usada como recibo que documentava transação comercial.
Somente agora, na década de 1940, a palavra passou a ser usada para designar documento cambiável por bens ou serviços. Forçando a relação etimológica, digamos que o voucher é um "chamador", chama para si o valor com o qual se pagará algo.
Forçando ainda mais, a Operação Voucher da PF é um "documento" com o qual os possíveis criminosos já têm a sua viagem para a cadeia garantida, com algemas seguras...
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domingo, 14 de agosto de 2011
A faxina presidencial
A imagem de Dilma Rousseff como faxineira do Planalto, limpando os ministérios, ganhou textos e charges na mídia recente. Hoje mesmo, nas revistas CartaCapital e Veja, no Estadão e na Folha, li várias vezes "faxina" associada à presidenta. De onde vem a palavra?
Provém do italiano fascina ("feixe de lenha", "braçada de lenha"), remetendo ao latim fascis ("feixe", "molho", "fardo"). Quando alguém lá pelos séculos XII-XIII tinha de carregar feixes de lenha para limpar um terreno, enfrentava um trabalho duro. Uma das acepções para "faxina", hoje: unidade de peso para lenha, equivalente a 60 kg.
Foi essa dupla noção, de limpeza estafante, que mais tarde deu ao termo "faxina" sentido de tarefa braçal cansativa, especialmente nos ambientes militares.
Entre o século XIX e o XX, saltamos do encarregado de faxinar (fazer limpeza geral) na caserna ou no convés de um navio para a faxineira de uma casa. Ao soldado e ao grumete, corresponde, na vida civil, a mulher da classe inferior que realiza os serviços mais "baixos".
No atual contexto político, a palavra foi promovida. É à própria presidenta da República que se atribui agora o trabalho pesado de deixar o palácio um pouco mais limpo... ou um pouco menos sujo.

Foi essa dupla noção, de limpeza estafante, que mais tarde deu ao termo "faxina" sentido de tarefa braçal cansativa, especialmente nos ambientes militares.
Entre o século XIX e o XX, saltamos do encarregado de faxinar (fazer limpeza geral) na caserna ou no convés de um navio para a faxineira de uma casa. Ao soldado e ao grumete, corresponde, na vida civil, a mulher da classe inferior que realiza os serviços mais "baixos".
No atual contexto político, a palavra foi promovida. É à própria presidenta da República que se atribui agora o trabalho pesado de deixar o palácio um pouco mais limpo... ou um pouco menos sujo.
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