Nada contra os chutes etimológicos. Fazem a alegria da torcida linguística, trazem tempero para a discussão, são o esporte preferido dos amadores, exasperam os cientistas, estimulam a imaginação.
Um chute de Luis Fernando Verissimo, em sua coluna de hoje no Estado de S.Paulo: "Aquela 'pasta' curta e oca que os italianos chamam de 'pene' tem este nome porque lembra o pênis."
Descartemos a analogia, embora também possa se tratar de uma piada intencional do Verissimo, e não um simples chute. O certo é que a massa em questão (penne, em italiano) chama-se assim pela semelhança com a pena das aves.
Quanto ao chute... tem algo de verdadeiro e pode levar ao gol numa outra investigação: em francês, pène (a lingueta da fechadura), segundo o filólogo Jean-Baptiste-Bonaventure Roquefort (1777-1834), prestigioso chutador... provinha do latim penis, associando-se o movimento da peça ao do órgão masculino.
E voltando ao penis em latim, tanto designava o pênis, como a cauda de um animal. Estando em jogo aí, nos dois casos, o verbo latino pendere, isto é, "pendurar".
domingo, 24 de abril de 2011
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Um comentário:
Oi, professor. Sobre os dois significados de "penis" no latim, tenho uma anedota familiar.
Quando meu filho era pequeno, gostava de dar explicações para as palavras ou expressões (creio que toda criança goste desse jogo). Pois bem, sobre cachorro-quente, ele explicou que tinha esse nome porque a salsicha era o rabo do cachorro. Disse isso com toda a ingenuidade de uma criança de uns três ou quatro anos.
Abraço,
Lenita
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