sábado, 15 de março de 2014

Ansiedade em qualquer idade

Entre as doenças candidatas a definirem o perfil patológico do século XXI está a ansiedade. Livros com essa palavra tendem a ser ansiosamente comprados. Esperamos com ansiedade que nos digam, o mais rápido possível, o que fazer para não ficarmos ansiosos... Sentimos a ansiedade presente em toda parte e em gente de todas as idades.

Um piadista me dizia outro dia: "Se você não tem ansiedade provavelmente há algo de muito errado com a sua saúde!". Mas a palavra, tão frequente hoje, de hoje não é. O poeta latino Ovídio (43 a.C. - 17 ou 18 d.C.) conhecia a anxietas animi, a preocupação profunda e angustiante, que torna  a alma pesada... e a vida mais atrapalhada do que já é.

No latim, anxietas remete ao verbo angere: "apertar", "espremer". A ansiedade provoca um aperto interior. A mente se sente esprimida. O coração comprimido. Dores por dentro e por fora se multiplicam. E o motivo, em geral, tem a ver com as incertezas do futuro. Ficamos ansiosos quando antevemos e antecipamos os maiores problemas. Inclusive aqueles que são gerados pela própria ansiedade!

Remontando à raiz indo-europeia *angh-, vamos encontrar a origem das noções físicas e anímicas relacionadas a este cúmulo de sofrimentos. No latim, as angustiae são os desfiladeiros, que nos deixam nervosos só de imaginar... E as aflições morais estão na mesma categoria do mundo estreito e sufocante.

É por isso que o melhor mesmo é relaxar... No latim, relaxare indicava o ato de soltar, livrar alguém da dor.

Nenhum comentário: