terça-feira, 13 de julho de 2010

As pegadas do chato de galocha

Meu amigo de leituras e preocupações pedagógicas, Prof. João Paulo me perguntou sobre a origem da expressão "chato de galocha", aquele indivíduo inconveniente e maçante, hoje em dia conhecido como "mala sem alça".

A palavra "galocha" é tradução do francês galoche, calçado de borracha que se usa sobre outro para protegê-lo da umidade, da chuva, da lama. Provém, segundo alguns estudiosos, do latim gallica, calçado usado pelos gauleses.

Outros preferem referir-se ao latim medieval calopedia, correspondente ao grego kalopous, espécie de sapato com sola de madeira para proteger os pés da umidade.

Quanto à expressão "chato de galocha", imagino que seja aquela pessoa que, mesmo num dia de chuva, põe a galocha e vem exercitar sua "chatura". No Tratado geral dos chatos, de Guilherme Figueiredo, obra que se encontra esgotada (todos os chatos a compraram!), os chatos estão identificados, catalogados e classificados em detalhe. O chato de galocha é o chato pra chuchu que saiu do mundo agrário e ingressou na era industrial.

Neste livro há uma viagem etimológica em torno da palavra "chato", explicando que o termo grego platus designava o "importuno", o "aborrecido" — Platão já entrava na categoria dos chatos filosóficos...

3 comentários:

Prof.Ms. João Paulo de Oliveira disse...

Caríssimo amigo Prof. Dr. Gabriel Perissé!
Gratíssimo pelos seus valiosos préstimos e pronta resposta!!!... Como diria meus amados regidos:
- "você é d+", "da hora"!!!!...
Que tal flanarmos pelo centro velho nos domínios da notável paulistana Domitília de Castro Canto Mello, mais conhecida como Marquesa dos Santos?!...
Caloroso abraço! Saudações agradecidas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP

Cristina disse...

Olá Prof. Gabriel
Meu amigo prof. João Paulo de Oliveira indicou seu blog e vim aqui conferir.
De cara adorei e vou passar a acompanha-lo. Sempre aprendemos muito com pessoas que transmitem o que sabem. E espero não ser chata de galocha, mesmo sabendo da origem da expressão.
Obrigada.
cordial abraço.

Anônimo disse...

Acredite se quiser mas acreditava ser um inseto de sapatos. Seg que perturba os animais sugando seu sangue e ainda sapateando na ferida provocada pelas garras e mandíbula. Aha'!